sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

AS BASES DE UM BELO EDIFÍCIO

SINOPSE

HUGO é um garotinho esperto que começa a peça com seis aninhos de idade, e termina com os sete completos. Seu aniversário movimenta muita coisa e traz o personagem título. O pequeno mora com os seus pais, Ernesto e Luana, e com sua irmã adolescente, a linda Ana Paula. Esse pequeno garoto, que adora curtir muito a sua infância, é fã de um conhecido e divertido personagem da TV, o pré-histórico Gruni-Hú. Como presente de aniversário, recebe de sua irmã o presente que mais queria: um boneco Gruni-Hú. Porém, o que eles não sabem é que esse brinquedo foi confeccionado pelas mãos de um simpático bonequeiro que tem a fama de ser mágico (ou algo parecido). A verdade é que, com ou sem magia, o boneco acaba ganhando vida (e tamanho!), ou seja, se transforma no personagem da TV. Hugo fica completamente encantado. Mas para a sua família aceitar esse homem das cavernas em casa, vai dar trabalho! Sem falar nas dificuldades que terão de enfrentar, como, por exemplo, o ranzinza do vizinho, seu Adamastor, que chama a polícia para a família de Hugo. No entanto, muitas águas rolarão, pois ainda temos uma dupla muito louca: o jovem Lima, namorado da linda Ana Paula, e o seu melhor amigo, o Raul. Essa dupla de repórteres estagiários fará a diferença nessa aventura especial, que ainda conta com a presença da presença da fada Luz, a pequena fada-madrinha do Berlok. Essa linda comédia traz muita diversão para todos, mas acima de tudo, com uma bela mensagem de Amor e esperança.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

AS ORIGENS DO TEXTO

A GÊNESE GRUNI

EM MEADOS dos anos noventa, quando começava a tomar conhecimento maior da obra musical de Roberto Carlos, conheci a versão do rei para Alley-Oop, nome original do personagem americano, aqui chamado de Brucutu, como também é chamada a referida canção em português. O nome Brucutu não me era estranho; apelido de caras grandões, eu já havia visto até comércio com esse nome. Mas foi a versão de Rossini Pinto, cantada por Roberto Carlos, que me trouxe o conhecimento de que se tratava de um personagem diferente: um homem das cavernas, um pré-histórico. Mas de uma pré-história que imitava o homem moderno. A música também descrevia o Brucutu, e deixava claro: “das histórias em quadrinhos, da revistas, dos jornais”. O personagem fazia muito sucesso na época da canção (1965). Então, não quis saber de mais nada: escrevi o texto que deu origem aquele que seria o meu primeiro grupo de teatro. Era setembro de 1996, mais de trinta anos após Roberto ter gravado a canção. Eu não dei bola ao universo antigo do Brucutu, e trouxe o personagem ao tumultuado fim do século XX. Mas respeitando o fato de não ser meu o personagem, na minha história ele era apenas um personagem da TV, muito querido pelo garotinho Hugo, personagem principal do meu texto (fazendo de conta que em teatro existe personagem principal). No fundo, minha preocupação era não me sentir um plagiador. Para não pensar nisso, me contentei apenas com os nomes relatados na música (Brucutu e sua turma), me questionei e me recusei a procurar nas gibitecas. Mesmo porque, no meu texto, os nomes dos outros personagens eram apenas citados; só o Brucutu aparecia, e não em sua época, mas na casa do pequeno garoto Hugo – onde toda a trama é desenrolada aqui, não na pré-história. Não. Definitivamente, eu não tinha o menor interesse em saber nada do Brucutu.

Nossa comédia infantil estreou em fevereiro de 1997, e só no ano seguinte, com o texto e o espetáculo prontos (há, há, há) fui matar minha curiosidade, fui matar minha curiosidade e me dirigi a uma gibiteca no centro de São Paulo para, enfim, conhecer o verdadeiro Brucutu. Devo ter lido duas ou três historinhas e, constatei perplexo: Hugo era o nome de um dos amigos do Brucutu no gibi, outro pré-histórico. Paciência. Era um gibi pequeno, e apenas a capa era colorida; uma revistinha dos anos cinqüenta.

Um belo dia, num mês que não me lembro, em 2000, fui muito bem recebido por um dos desenhistas da fantástica Fábrica de Quadrinhos, um dos maiores estúdios de quadrinhos de São Paulo, em seu próprio local de trabalho. Levei-lhe alguns textos e a ingenuidade de que pudesse ser redator, já que eu adorava criar histórias. Quando ele pôs as mãos em BRUCUTU... (!) Parou, silenciou e me disse: “toma cuidado com isso”. Percebendo que eu não havia entendido, me explicou em tom amigo sobre os direitos autorais. Não, o personagem não havia caído em domínio público; e apesar de eu lhe explicar que apenas o nome era usado, ele ajuntou que se tratava de uma marca, e que o personagem tem, inclusive, direitos reservados no país. Se eu não quisesse permanecer no anonimato, tinha que dar um jeito naquilo. E que eu nem pensasse em requerer os direitos legalmente, pois era uma grana que nem eu nem a Fábrica tínhamos como bancar. Entendi a gravidade da situação, mas ele me animou em seguida. Disse que se era apenas o nome do personagem, pré-históricos existem vários; que eu mudasse o nome. Então, o Brucutu “de André Leonardo” iria mudar de nome... E para qual?

UMA NOVA FÁBULA

PODEMOS DIZER que grunhir é sinônimo de rosnar. Mas algo como rosnador seria, no mínimo, pecaminoso. Grunhidor talvez pudesse; Rosni se aproxima mais de um nome moderno – o que nem é o caso aqui. Gruni soa mais simpático; no mínimo, sorridente, o que acaba por desmentir as aparências. E quem liga pra elas? Os nossos personagens? Mas o choque faz parte da concepção. Pois bem. Dispensei o H para ficar mais fácil falar com resfriado ou gripado. E quanto ao ... Bem, quem ler uma das versões do texto, verá que é todo (ou pelo menos quase) o vocabulário do grandão. Então, taí. Gruni-Hú. Ele rosna, grunhi, mas para expressar verbalmente qualquer tipo de sentimento: hú. Hú alegre, hú triste, hú observador, hú pensativo, hú feliz... Ah! só pra lembrar: Alley-Oop fala, Gruni-Hú não.

Como já foi dito antes, Gruni-Hú é um personagem de um programa de tv e ídolo do pequeno Hugo. Por isso mesmo, o condutor de toda a aventura é o garotinho, não o personagem que ele gosta. Fácil notar, vendo-se que a família do pequeno faz parte da trama, a do Gruni não. Os vizinhos do Hugo também, do Gruni não. E de onde vem esse formato alegre colorido que contagiou todo o texto? Podemos dizer que, principalmente dos quadrinhos de Walt Disney e Maurício de Souza, que muito influenciaram minhas primeiras historinhas. Disse-me Carlos Alberto Sofredini ao ler o texto: lembra uma história em quadrinhos, um gibi infantil. A família, o namorado da irmã do pequeno, o amigo do namorado, o vizinho chato da família (o rabugento que não gosta de crianças), a aparição de um guarda, o brinquedo que vira personagem real, o misterioso Berlok (que já foi vilão, e hoje é o amigo das crianças) e por aí vai... Personagens bem diferentes numa mesma situação, onde se apresentam ao público tal como são. Esses personagens vivem uma aventura diferente, cheia de moção e magia, mas muito real. Trazendo a linguagem infantil ao mundo adulto.

O roteiro aborda a proposta de trazer todo aquele mundo encantado que as crianças estão acostumadas a verem na TV e nas revistas em quadrinhos para a realidade delas, através das comparações de fatos. O castelo é constituído por uma casa comum, e o grande herói é pequeno, e tem apenas sete anos de idade, e precisa salvar das “garras” do seu vizinho rabugento, o Adamastor, o seu melhor amigo, o Gruni-Hú. O grandão veio diretamente da TV para viver grandes aventuras com o pequeno herói. Juntos, formam uma dupla que promete muita diversão às crianças, e convida os adultos a conhecerem o fantástico mundo dos sonhos, proclamado pelo “mágico” da história, o “mago” Berlok.

Enfim, uma fábula diferente e nova, onde intenção da identificação da platéia com o que acontece é possibilitada de verdade. No tocante aos adultos – já que a comédia infantil é para eles – GRUNI-HÚ convida a se prenderem nesse universo infantil, entendendo melhor a diferença entre este e o universo adulto, a fim de que a orquestração de ambos seja melhor. A psicologia e a relação entre pais e filhos estão claramente expostas, assim como o elemento x, ou melhor dizendo, o fator espiritual, devidamente camuflado nas vozes de Berlok e da sua fada madrinha Luz.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

VOCÊ SABE O QUE É GRUNI-HÚ?

ME DIRÃO os amigos que ouvem sobre o Gruni-Hú há alguns anos: “outra vez, Gruni-Hú!”; ou “é legal, mas tá na hora de fazer outra coisa”; ou “Ai, Gruni-Hú... tem certeza?” É... na verdade, rondo por aí há alguns anos com esse nome, essa idéia, esse projeto. Mas ao lerem algumas coisas deste blog, hão de reconsiderar as próprias palavras. É que aqui, não tratarei da peça de teatro do Gruni-Hú, nem do livro Vidas Mágicas (que trata-se de o Gruni-Hú em prosa); tampouco do projeto televisivo para um seriado. Não, não necessária ou exclusivamente de um deles. Mas ao mesmo tempo, falarei de todos. Sim, isso porque falarei da base de todo esse edifício que tem se tornado o curioso nome Gruni-Hú. A idéia Gruni-Hú, aqui será centralizada. Fonte de informações dos personagens que ganham vida nos episódios, nos textos teatrais e no livro. Ah, desculpe... Esqueci de considerar os que chegam agora ao Universo André Leonardo de Letras. É o seguinte: Gruni-Hú é o nome de um personagem muito simpático: um homem da pré-história, que tem como base de sua primeira aventura a sua chegada a nossa era. Isso é o que conta a comédia teatral, primeira versão do herói, que agora está sendo escrito em prosa no livro “Vidas Mágicas”. Esse mesmo também já conta com quase vinte episódios escritos para um projeto televisivo do herói e sua turma. Mas logo abriremos o desfile dos personagens. Por agora, basta dizer que toda aquela concepção do grupo Elos Paralelos (ver no outro blog: elo paralelo) é real.

GRUNI-HÚ foi algo que começou lá atrás, há doze anos. Que nem eu e, menos ainda, aqueles que estavam comigo, imaginaria que crescesse tanto em idéia, em projeto. Hoje somos praticamente os mesmos membros daquele tempo, e todos já entendemos a imensidão desse universo que juntos criamos nos primeiros ensaios do extinto grupo de teatro TODAS AS COISAS (o precursor do Elos Paralelos).

Hoje, buscamos investidores, pessoas que acreditam em nós, em nosso trabalho. Esse trabalho está cada vez mais condensado em tudo o que fazemos. Isso porque a nossa concepção de vida e mundo á a concepção de arte do grupo teatral. Gruni-Hú, costumamos dizer, é a versão infantil dessa concepção. Aqui, vemos uma criança diferente, a criança de hoje. Esse ser que a mídia e a arte ainda pouco reconhece ainda está, em nossos dias, cercado de preconceitos, de pouco caso, de segundas idéias. Gruni-Hú entende que a criança também evolui em todas as épocas. Todos sabemos que a infância de hoje não é como há de dez anos atrás. Os filhos sabem mais que os pais sabiam quando tinham a idade destes, e por aí vai... Apesar de apreciarmos a magia dos clássicos infantis – tanto da TV como do teatro, ou do cinema e da literatura – entendemos questão chegados os novos tempos. A criança hoje tem papel cada vez mais importante na sociedade do planeta. A sua arte também deve evoluir, assim como tudo que lhe for dirigido. Crianças de dez anos de idade tem dez anos, não cinco. Elas estão participando cada vez mais do nosso ritmo, das coisas de gente grande. É preciso que aprendamos a compreender isso melhor, a fim de que possamos situá-la no melhor papel possível.

Pois bem, amigos. Gruni-Hú trata criança como ela gosta, e, evidentemente, lhe cobra o preço que custa. Informação custa responsabilidade. Essa capacidade deve ser plasmada também no mundo infantil. Gruni-Hú veio para essa criança nova; essa que não precisa mais se frustrar dentro de alguns anos e envergonhar-se do que via, do que assistia, do que lia, do que acreditava. Ela vai perceber que as possibilidades de realidade são atributos de extrema importância nas artes; principalmente na arte infantil.

Agora, venha comigo. Lhe convido a compreender um pouco esse universo que traz o encanto da realidade no poder dessas criaturas de vidas mágica. Afinal, você sabe o que é Gruni-Hú?